sexta-feira, 4 de março de 2016

TESTES E AVALIAÇÕES NO ENSINO DE IDIOMAS

Como tirar proveito de testes e avaliações para deixarmos os alunos mais confiantes no desenvolvimento de um idioma?


Como avaliar os alunos sem constrangê-los e fazer com que produzam da melhor maneira possível?

Neste e-talk farei uma reflexão sobre formas de avaliação, considerando-a como parte do processo natural de aprendizagem.

Como você, caro(a) professor (a) de idiomas, completaria as seguintes frases:

"Gosto de testes....."

"Não gosto de testes..."

Reflita um pouco e complete as frases.

Aqui estão as minhas respostas:

_Gosto de testes quando estes são usados como complemento, para dar um "feedback" ao aluno e professor, criando motivação para que avance em seus estudos.

_Não gosto de testes quando estes são usados como objetivo principal do curso, onde o aluno só é valorizado pelas notas que adquire.

Gostaria de compartilhar com você duas pequenas histórias:

Aqui vai a primeira história:

Era uma vez um professor que não aplicava testes em seus alunos...Achava o processo deles bem mais importante do que o resultado, por isso, não aplicava testes.

Todo e qualquer esforço em aula era estimulado, e as atividades escolhidas eram direcionadas para proporcionar prazer aos participantes.

Entretanto, alguns de seus alunos começaram a questionar o nível em que estavam, pois quando comentavam em seus empregos que cursavam inglês, seus superiores gostariam de saber seus níveis de competência.

Por estarem acostumados a não fazer testes, ficava difícil para eles e o professor chegarem a alguma conclusão.

Sabiam que queriam falar inglês, mas não tinham conhecimento de como se sairiam fora das aulas, como em uma entrevista, no emprego ou na faculdade.

Já falavam inglês e gostavam da matéria, mas começaram a ficar inseguros quanto ao próprio desempenho.

Depois de refletir muito sobre o assunto, o professor e os alunos chegaram à conclusão de que em algumas ocasiões, testes seriam bem-vindos, principalmente os internacionais. Vistos como um tipo de acompanhamento e "feedback", os testes poderiam fazer com que o aluno tivesse consciência de suas habilidades e competências linguísticas.

O teste, nesse caso, surge como um estímulo para que o aluno possa situar-se na classificação de níveis e para que tenha vontade de progredir.

O teste seria uma referência, um pequeno "goal" para que o aluno se sentisse motivado a superar dificuldades, ter consciência do que pode fazer e seguir adiante.

Aqui vai a segunda história:

Era uma vez um professor que adorava aplicar testes em seus alunos.
Usava a nota como uma forma de punição e controle e os alunos temiam a avaliação frequente. Qualquer problema encontrado em sala de aula era levado como um motivo para avaliar e pressionar os alunos, fazendo com que ficassem cientes daquilo que não sabiam.

Usava as notas obtidas nos testes como uma ferramenta para fazer com que estudassem mais e se aprimorassem.

Entretanto, os alunos começaram a sentirem-se inseguros quanto aos seus desempenhos e tornavam-se extremamente competitivos. Realizavam os testes por realizar, estudando somente aquilo que teriam na prova.

Comparavam os resultados com os colegas e estudavam somente para conseguir uma nota razoável para passar.

Eram alunos estressados e tinham pouco prazer no processo de aprendizagem.

Com qual história você se identifica mais? O que aconteceu no processo?

Pela minha experiência verifico que as avaliações são mais significativas quando vistas como um "feedback", ou seja, quando fazem com que o professor fique ciente dos pontos fortes e daqueles que precisam ser melhorados e não como uma maneira de penalizar os alunos.

É interessante, então, pensar em formas criativas de aplicar um teste.
Na Coleção Interchange de Jack Richards, por exemplo, temos a cada 2 unidades uma sessão chamada "Progress Check" que é uma autoavaliação onde professores e alunos podem juntos fazer uma revisão e melhorar áreas que não estão bem consolidadas.

Pode-se encontrar também diversos "quizzes" em sites como www.eslcafe.com onde o aluno tem a oportunidade de se autoavaliar.

Os alunos geralmente não apreciam testes devido à pressão e cobranças externas, mas quando têm a oportunidade de se avaliarem e perceberem seus progressos como "feedback" natural, começam a encarar avaliações de maneira mais significativa e produtiva e não como um simples número ou letra a ser comparado e almejado.

E você, caro professor (a) de idiomas, como sente a avaliação em seus cursos?

Um grande abraço,

Maria de Fátima
consultora no ensino de idiomas
marifa2006@terra.com.br



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