quinta-feira, 2 de junho de 2016

VOCABULÁRIO NO ENSINO DE IDIOMAS

Neste e-talk irei compartilhar algumas ideias que surgiram em aulas de inglês que tenho ministrado.

Lecionando pessoas de várias idades, pude perceber ao longo desses anos como professora de inglês, como é importante a maneira pela qual transmitimos o vocabulário aos alunos.

Tenho observado neste tempo todo que quanto maior o número de associações em relação a uma palavra o aluno tiver, melhor será sua assimilação.

Pensando dessa forma, vejo que existem materiais excelentes para que isso aconteça, e um deles é o que chamamos de "graded readers" ou livros de leitura simplificados.

Existe uma coleção enorme de livros como esses no mercado, de várias editoras e alguns deles até oferecem um CD que narra toda a história.

Como são simplificados, o professor pode escolher desde o nível básico (com estruturas no presente) até o nível adiantado.

Os livros de leitura costumam ser ilustrados, o que ajuda bastante o aluno a entender a história.

É incrível notar como os alunos desenvolvem a fluência também ao discutir um livro assim. Podemos usar as ilustrações para fazer com que o aluno conte o que leu, empregando o vocabulário de maneira contextualizada.

Já trabalhei em escolas de idiomas e algumas delas desistiram de usar esse recurso fabuloso por "falta de tempo" ou "falta de interesse dos alunos". Tenho ouvido relatos de professores comentando que, em geral, precisam cumprir um programa na escola em que trabalham e qualquer tipo de atividade extra pode "atrasar" o andamento das aulas.

No entanto, acredito que se o professor abrir espaço para discussões baseadas em livros de leitura, por exemplo, os alunos irão adquirir mais ferramentas que irão facilitar a assimilação do idioma e desenvolvimento do vocabulário.

Existem livros de leitura tão bem elaborados que alguns oferecem além da história, aquecimentos e atividades de compreensão para fazer com que o aluno pratique bem o idioma de maneira interessante e consistente.

O livro de Jack Scholes "The Coconut Seller" - Intermediate Helbling Readers é um excelente exemplo de material para ser usado em cursos de inglês.

Neste "reader" existem várias atividades de aquecimento, de compreensão e tópicos a serem discutidos baseados na história.

Além disso, em cada página há um glossário com as palavras ou expressões mais complexas.

Estudar o idioma a partir de um livro rico como esse pode ser muito divertido e produtivo!

Boa aula!!

Um grande abraço,

Maria de Fátima
profa de inglês e consultora pedagógica
email : marifa2006@terra.com.br


quinta-feira, 7 de abril de 2016

UNIÃO E COOPERAÇÃO NO ENSINO DE IDIOMAS

Como podemos trabalhar em equipe respeitando a autonomia e individualidade de cada participante ou aluno?

Como a união entre os participantes pode auxiliar profissionais no ensino de idiomas?

Neste e-talk irei abordar esses tópicos para um melhor planejamento e desenvolvimento de nosso trabalho.

E-talk:

Você, caro (a) professor (a) , costuma trabalhar em equipe? Em quais situações?

Pense em alguns aspectos que estejam associados ao trabalho em equipe...

Equipe- professores, coordenadores, diretores e outros funcionários da escola.

Por exemplo, quando se fala em trabalhos em equipe associo com: troca de ideias, apoio, encontro de soluções, divergências de opiniões, cooperação, competição, evolução, crescimento e aproveitamento em diferentes níveis.

Algumas dessas ideias sugerem algo positivo ao grupo e outras algum aspecto negativo que precisa ser trabalhado.

Dentro dos aspectos positivos, posso apontar a troca de ideias que enriquecem qualquer trabalho. Muitas vezes, os professores sentem-se inseguros quanto à exposição de suas ideias por acharem-nas insignificantes. Por mais simples que pareçam, boas ideias são sempre bem-vindas, pois funcionam como ferramentas de trabalho utilizadas no ensino e transformadas em atitudes em aula. As ideias também nos ajudam a incrementar e/ou desenvolver melhor uma atividade do livro adotado.

Ao trabalhar em equipe, encontramos no outro o apoio para procurar soluções de problemas muitas vezes compartilhadas na sala dos professores. Percebendo que não estamos sozinhos, conseguimos ter um certo alívio ao receber auxílio de colegas ou de outros profissionais mais experientes.

Apesar das divergências de opiniões, a troca e a cooperação fazem com que a competição encontrada em certos momentos seja minimizada, dando lugar a um ambiente agradável, harmônico, de união e muito mais rico.

Com esta postura e visão chegaremos a uma evolução, a um crescimento, a um aproveitamento em diferentes níveis independentemente do cargo ocupado pelo profissional, seja ele um secretário, professor, coordenador ou diretor da escola.

Trabalhar em equipe é muito interessante, mesmo quando os grupos de alunos ou professores sejam pequenos.

Equipe- aluno (s) - professor

Sim, também são equipes!

Costumo dar aulas individuais ou para grupos de três alunos e mesmo assim encontro aspectos do trabalho em equipe, pois existe a interatividade de pelo menos dois participantes: o professor e o aluno.

A troca de ideias é constante e procuro dar o máximo de apoio a fim de que possamos traçar objetivos e encontrarmos soluções juntos.

Naturalmente, existem divergências de opiniões, principalmente com o aluno adulto que já tem em sua mente modelos educacionais fixos e estereotipados e que gostariam de repetir o padrão em aula.
Nesse caso, escuto o que eles têm a dizer, e procuro equilibrar com aquilo que gostaria de desenvolver (por exemplo, gosto de incluir jogos, música e filmes em minhas aulas e às vezes o aluno adulto pode pensar que isso seja "uma perda de tempo").

Procuro estabelecer um certo grau de cooperação, anotando o que o aluno quer e balanceando com o que acredito e posso oferecer.

Por incrível que pareça, existe, em algumas vezes, uma certa competitividade por parte do aluno que deseja "de forma mágica" se expressar e até mesmo atuar como professor. Para alguns, esse modelo pode estimular o lado produtivo do aluno para que consiga atingir tal nível de competência.

Por outro lado, pode até desmotivar alunos que tenham maior dificuldade e que não tenham encontrado ainda suas próprias formas de expressão.

Entretanto, o crescimento e a evolução nesse tipo de trabalho é constante, o que o torna muito prazeroso.

Interagir com outro ser já é um trabalho em equipe. O número de participantes é muitas vezes o que vai diferenciar essa dinâmica e a sua percepção para uma melhor qualidade de trabalho.

Boa aula!!

Um grande abraço,

Maria de Fátima
profa de inglês e consultora pedagógica
email marifa2006@terra.com.br

sexta-feira, 4 de março de 2016

TESTES E AVALIAÇÕES NO ENSINO DE IDIOMAS

Como tirar proveito de testes e avaliações para deixarmos os alunos mais confiantes no desenvolvimento de um idioma?


Como avaliar os alunos sem constrangê-los e fazer com que produzam da melhor maneira possível?

Neste e-talk farei uma reflexão sobre formas de avaliação, considerando-a como parte do processo natural de aprendizagem.

Como você, caro(a) professor (a) de idiomas, completaria as seguintes frases:

"Gosto de testes....."

"Não gosto de testes..."

Reflita um pouco e complete as frases.

Aqui estão as minhas respostas:

_Gosto de testes quando estes são usados como complemento, para dar um "feedback" ao aluno e professor, criando motivação para que avance em seus estudos.

_Não gosto de testes quando estes são usados como objetivo principal do curso, onde o aluno só é valorizado pelas notas que adquire.

Gostaria de compartilhar com você duas pequenas histórias:

Aqui vai a primeira história:

Era uma vez um professor que não aplicava testes em seus alunos...Achava o processo deles bem mais importante do que o resultado, por isso, não aplicava testes.

Todo e qualquer esforço em aula era estimulado, e as atividades escolhidas eram direcionadas para proporcionar prazer aos participantes.

Entretanto, alguns de seus alunos começaram a questionar o nível em que estavam, pois quando comentavam em seus empregos que cursavam inglês, seus superiores gostariam de saber seus níveis de competência.

Por estarem acostumados a não fazer testes, ficava difícil para eles e o professor chegarem a alguma conclusão.

Sabiam que queriam falar inglês, mas não tinham conhecimento de como se sairiam fora das aulas, como em uma entrevista, no emprego ou na faculdade.

Já falavam inglês e gostavam da matéria, mas começaram a ficar inseguros quanto ao próprio desempenho.

Depois de refletir muito sobre o assunto, o professor e os alunos chegaram à conclusão de que em algumas ocasiões, testes seriam bem-vindos, principalmente os internacionais. Vistos como um tipo de acompanhamento e "feedback", os testes poderiam fazer com que o aluno tivesse consciência de suas habilidades e competências linguísticas.

O teste, nesse caso, surge como um estímulo para que o aluno possa situar-se na classificação de níveis e para que tenha vontade de progredir.

O teste seria uma referência, um pequeno "goal" para que o aluno se sentisse motivado a superar dificuldades, ter consciência do que pode fazer e seguir adiante.

Aqui vai a segunda história:

Era uma vez um professor que adorava aplicar testes em seus alunos.
Usava a nota como uma forma de punição e controle e os alunos temiam a avaliação frequente. Qualquer problema encontrado em sala de aula era levado como um motivo para avaliar e pressionar os alunos, fazendo com que ficassem cientes daquilo que não sabiam.

Usava as notas obtidas nos testes como uma ferramenta para fazer com que estudassem mais e se aprimorassem.

Entretanto, os alunos começaram a sentirem-se inseguros quanto aos seus desempenhos e tornavam-se extremamente competitivos. Realizavam os testes por realizar, estudando somente aquilo que teriam na prova.

Comparavam os resultados com os colegas e estudavam somente para conseguir uma nota razoável para passar.

Eram alunos estressados e tinham pouco prazer no processo de aprendizagem.

Com qual história você se identifica mais? O que aconteceu no processo?

Pela minha experiência verifico que as avaliações são mais significativas quando vistas como um "feedback", ou seja, quando fazem com que o professor fique ciente dos pontos fortes e daqueles que precisam ser melhorados e não como uma maneira de penalizar os alunos.

É interessante, então, pensar em formas criativas de aplicar um teste.
Na Coleção Interchange de Jack Richards, por exemplo, temos a cada 2 unidades uma sessão chamada "Progress Check" que é uma autoavaliação onde professores e alunos podem juntos fazer uma revisão e melhorar áreas que não estão bem consolidadas.

Pode-se encontrar também diversos "quizzes" em sites como www.eslcafe.com onde o aluno tem a oportunidade de se autoavaliar.

Os alunos geralmente não apreciam testes devido à pressão e cobranças externas, mas quando têm a oportunidade de se avaliarem e perceberem seus progressos como "feedback" natural, começam a encarar avaliações de maneira mais significativa e produtiva e não como um simples número ou letra a ser comparado e almejado.

E você, caro professor (a) de idiomas, como sente a avaliação em seus cursos?

Um grande abraço,

Maria de Fátima
consultora no ensino de idiomas
marifa2006@terra.com.br