sexta-feira, 25 de julho de 2014

ESCREV@ E COMUNIQUE-SE PELA INTERNET

"Ligo meu computador, espero impacientemente a conexão...estou conectada, e minha respiração fica presa...até ouvir três palavras...´mensagem para você´. (do filme "Mensagem para você"- Warner Home Video)..
Quantas vezes não nos sentimos desta forma ao aguardar e-mails? Notícias importantes, mensagens significativas de alguém especial...Desde que comecei a utilizar o e-mail fiquei muito feliz em perceber que voltamos a desenvolver uma habilidade que estava sendo meio esquecida entre nós: a escrita.



Notei que a abordagem maior na comunicação se dava oralmente, através de encontros ou telefonemas. Até um tempo atrás, poucas pessoas utilizavam cartas para se comunicar, talvez pela demora que o envio e a elaboração das mesmas pudesse implicar. Entretanto, quando a internet chegou como ferramenta de comunicação principalmente através do e-mail, fomos "estimulados" a escrever com maior frequência e hoje praticamente nosso trabalho não seria o mesmo sem o uso deste recurso.
                                                        
Esta visão em relação ao e-mail ficou mais clara quando utilizei esta ferramenta para comunicar-me com meus alunos, em inglês. Costumava enviar-lhes mensagens simples, como recados em relação ao horário das aulas ou sugestões quanto às tarefas de casa.
A minha preocupação maior foi quando percebi que, ao me enviarem as respostas os alunos apresentavam grande dificuldade em expressar-se. Mesmo estudantes de nível intermediário estavam cometendo erros básicos de estrutura e ortografia.  

Senti, então, que os exercícios escritos dados em aula não eram suficientes para que os alunos ficassem envolvidos e desempenhassem as tarefas com maior desenvoltura. Influenciada pela necessidade destes alunos "falarem" inglês, acabei enfatizando a fala em minhas aulas e deixei a escrita em segundo plano. Através desta experiência, em que recebi e-mails escritos com dificuldade por meus alunos, decidi agir rapidamente para que pudesse auxiliá-los na produção de suas mensagens.  

Elaborei, então, um "virtual club" (clube virtual) onde os participantes pudessem enviar mensagens uns para os outros para conhecerem-se melhor. Como sou professorar particular de inglês, meus alunos não se conheciam e, assim, esta também seria uma maneira de aproximá-los, utilizando o inglês como ferramenta. As mensagens escritas seriam enviadas para mim primeiramente para que eu pudesse corrigi-las e reenviá-las ao remetente com uma cópia ao destinatário. (Note que as anotações em relação ao texto corrigido só seriam enviadas ao remetente). Estaria trabalhando como uma mediadora entre o remetente e o destinatário.
Single blue pawn figure between red and yellow groups -

Esta abordagem foi discutida antes com os alunos envolvidos, pois preocupei-me em encontrar uma maneira adequada para corrigi-los. Quando comecei a receber e-mails em inglês de meus alunos, notei vários erros, mas não os corrigi imediatamente.
Respondi as mensagens naturalmente e perguntei-lhes ao final se gostariam que seus e-mails fossem corrigidos. Todos responderam que sim. Desta forma, resolvi criar uma maneira de correção que não comprometesse a fluência e espontaneidade dos estudantes envolvidos. Por isso resolvi agir como "ponte" entre os alunos participantes.
Golden Gate Bridge                                                                                                                               
           














Alguns aprendizes participaram do clube, mas a maioria ainda estava um pouco relutante. Uma segunda ideia, então, veio à minha mente. Utilizei textos, composições de alguns alunos para estimular outros a escreverem.
Após a correção de trabalhos interessantes, pedi a permissão aos autores para enviá-las a outros colegas. Com esta autorização, enviava as composições a todos os meus alunos e então pedia comentários sobre os textos. A reação deles foi muito interessante. Alguns enviaram comentários que foram corrigidos e direcionados para os autores dos textos e houve até um caso de um aluno que escreveu uma outra composição baseando-se naquela que foi lida.

Fiquei motivada com esta reação e então percebi que estava no caminho certo. Enviei então "book reviews", "short stories", "argumentative compositions" escritas por alunos para outros, agindo sempre como mediadora. Enviava também cartas de alunos que estiveram estudando por algum tempo juntos e que por algum motivo tiveram que estudar em horários diferentes. Foi uma maneira de reaproximá-los e manter contato através do inglês.Image result for people writing emails photos

Procurei se mediadora entre os alunos também por observar algo que usuários da internet enfrentam quando comunicam-se em outro idioma. Geralmente as mensagens do dia-a-dia são escritas sem a orientação de um professor, o que faz com que pessoas se acostumem com erros ortográficos e gramaticais. Por isso, como educadora, aproveito esta oportunidade para apoiar alunos em suas produções escritas, sugerindo ideias, estabelecendo relações e envolvendo-os para que pratiquem o idioma de forma fluente e precisa, sem, no entanto, criar dependência. A intenção verdadeira era a de continuar o trabalho iniciado em sala de aula e incrementá-lo através do e-mail. Além disso, acredito que escrever seja fascinante e quando alunos percebem que podem aprimorar a fala usando este recurso, ficam motivados a desenvolver sua fluência e criatividade no idioma, produzindo atividades escritas cada vez mais significativas e interessantes!...

Boa aula!Image result for people writing emails photos



Um grande abraço,
Maria de Fátima
assistência pedagógica ao ensino de idiomas

Interesse em ser informado (a) sobre novos artigos e oficinas? 
Contato : marifa2006@terra.com.br

Interesse em lecionar inglês na www.idees.com.br  (escola de idiomas)?
Envie seu CV para idees@idees.com.br






quinta-feira, 24 de julho de 2014

DESENHE E PRATIQUE UM IDIOMA

Quando alguém que não esteja ligado às artes plásticas ou gráficas é convidado a desenhar, a primeira resposta a este convite seria: "Não se desenhar, não tenho jeito para isso."

Geralmente, este comentário está ligado a um alto senso crítico, onde a pessoa em questão considera a habilidade de desenhar privilégio de pessoas especiais e talentosas.

Isso seria verdade se pensássemos somente em artistas como Leonardo Da Vinci ou Picasso, mas não devemos nos esquecer que a primeira manifestação gráfica do ser humano foi através do desenho. 
O homem da pré-história se expressava através de desenhos em cavernase nós desde pequenos, quando apanhamos o lápis pela primeira vez, tivemos vontade de rabiscar, desenhar.
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Mal sabíamos escrever, mas podíamos nos expressar através de cores, formas que eram bastante significativas.

O que aconteceu durante a fase adulta? Por que paramos de desenhar??
Talvez o alto senso crítico tenha sido o maior responsável. Começamos a acreditar que nosso desenho continuasse parecido com o de uma criança, então paramos de nos expressar desta maneira e não demos chance ao desenvolvimento desta habilidade. Entretanto, podemos desenvolver o desenho através da observação e treino constante. Usando formas e estruturas básicas é possível desenhar expressivamente.

Observando o que existe ao nosso redor podemos visualizar figuras geométricas para podermos expressar-nos através do desenho.

Como você desenharia um carro? Poderia ser a partir de formas retangulares e circulares....


Que tal uma casa? Formas triangulares, quadradas e retangulares...

Que tal o rosto de uma pessoa? Pensando-se na cabeça como um círculo, e um semi-círculo para o nariz...
e desenhando olhos expressivos e bocas...

Poderíamos criar personagens...
E o corpo inteiro, como poderia ser desenhado? Você poderia usar "varetas" para o corpo, braços e pernas. Entretanto, note as articulações, pois são elas que vão dar movimento ao boneco...

Após esta etapa, você pode "rechear" o boneco...


Por que utilizar o desenho em cursos de idiomas? Somos praticamente aprendizes visuais devido ao grande estímulo existente ao nosso redor. Portanto, quanto mais oportunidades aos nossos alunos usando este recurso, maiores serão as chances de associação e assimilação.

Podemos trabalhar o idioma através do desenho quando tentamos explicar vocabulário....

"Pineapple", "He is happy", " chimney, roof, door, window, tree"..."bumper, steering wheel, boot"...

Lembro-me de uma professora que traduziu a palavra "pineapple" - (abacaxi), para um aluno em dúvida. Garanto que se ela tivesse utilizado o desenho, o exemplo teria causado um impacto maior na associação ao significado da palavra.

Podemos até explicar aspectos gramaticais através do desenho...



"John and Peter are brothers. Peter is taller and larger than John.
John is shorter and thinner. Peter looks older than John...


"Peter has been working at Ford since 1997. He has changed a lot. He looks larger and older and wears glasses now."

Podemos fazer com que alunos adivinhem ações descritas por desenhos...

"What are they doing?"...



Quando professores desenham para comunicar o significado de uma palavra ou aspecto gramatical, é como se fosse um momento mágico, onde alunos costumam ficar atentos e envolvidos.

Explicações que incluem desenhos tendem a criar uma assimilação bem maior do que aquelas que não usam tais recursos visuais. Quando alunos também têm a oportunidade de expressar-se através do desenho, podem utilizá-lo como ponto de partida para comunicar-se verbalmente com maior desenvoltura.

Por exemplo, peça a seus alunos que desenhem uma imagem qualquer ao som de uma música. Após a produção, alunos poderão falar a respeito de seus desenhos. A linguagem visual trabalha então como uma ponte entre o pensamento e a comunicação verbal.

Muitos de vocês podem ainda estar pensando: "Será que consigo desenhar?" ...
Acredito que sim. Treine, use as estratégias sugeridas neste artigo, observe ao redor, tente expressar o que vê através de formas simples, e lembre-se:
Você não precisa ser um "Picasso" para desenhar expressivamente!!! Mas pode usar o raciocínio dele em suas últimas fases....

Divirta-se e boa aula!!!

Um grande abraço,
Maria de Fátima
assistência pedagógica ao ensino de idiomas

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sábado, 19 de julho de 2014

CRIATIVIDADE NO ENSINO DE IDIOMAS










"Faça isso!...Faça aquilo!...Use este material... ensine desta maneira e pronto!!!!!! Sua aula será maravilhosa!!!!! " Será que existem receitas ou fórmulas mágicas para conduzirmos aulas de maneria eficaz? Será que instruções como estas ajudam o professor de idiomas a aprimorar suas aulas?

Por muitos anos acreditei que sim, que o simples fato de aplicar atividades descritas em livros ou por palestrantes fosse o suficiente para que meus alunos se tornassem mais fluentes e motivados. Costumava usar cada ideia aprendida em oficinas ou treinamentos com bastante entusiasmo (porém, sem muito questionamento) para tornar minhas aulas mais dinâmicas, atraentes e " diferentes". Observava colegas fazendo o mesmo e cheguei à conclusão naquele momento que aquela era a melhor maneira de trabalhar com meus alunos.

No entanto, o tempo foi passando e fui observando meus alunos com maior cuidado... Comecei a notar que aquelas fórmulas já não eram suficientes e que o meu desenvolvimento e o dos meus alunos dependia de algo muito mais profundo e duradouro, ou seja, da minha reflexão e da minha criatividade. Passei então a prestar mais atenção em materiais e palestras que motivassem o reconhecimento do que acreditamos e a percepção de nossa escolhas, o que tem me ajudado muito na elaboração de aulas e cursos.







.Sei que quando estamos começando a carreira é interessante aprendermos alguns modelos como referência para ministrarmos aulas com coerência e qualidade; porém, acredito que esta fase precisa ser superada por outra mais interessante, onde o professor começa a colocar sua capacidade criadora em prática e, a partir daí, ajudar a construir um diferencial em qualquer trabalho que se envolva.

Professores criativos estimulam alunos a serem mais criativos também. Aprender um outro idioma também requer muita criatividade, pois o aluno precisa usar as ferramentas que encontra (tais como vocabulário e estruturas) para comunicar-se em outra língua. Percebo que meus alunos mais fluentes são aqueles que sabem usar seu potencial criativo com maior desenvoltura.

Lembro-me de estudantes preparando-se para os exames de inglês da Universidade de Cambridge, por exemplo. Os exercícios sugeridos são ótimos modelos para estimular a reflexão e inventividade dos alunos. Nos primeiros níveis, o aprendiz é motivado a elaborar perguntas baseando-se em desenhos e palavras que sugerem ideias e em níveis posteriores são encorajados a expressar suas opiniões e impressões através de fotografias.


Muitas vezes estudantes pensam ser uma tarefa difícil, pois não possuem vocabulário suficiente para falar sobre uma determinada foto ou situação. No entanto, o indivíduo criativo e comunicativo pode sentir este desafio como uma oportunidade para expressar-se de maneira interessante. O que faz a diferença aqui não é a quantidade de informação que o indivíduo possui e sim a forma usada para comunicar-se. Já observei alunos que se expressam muito bem com vocabulário e estruturas elementares e aprendizes que entendem muito o idioma falado e escrito mas que ainda encontram dificuldades em se expressar por não usarem a língua estrangeira criativamente para se comunicar bem.

A criatividade é uma habilidade como qualquer outra e o que precisamos fazer é exercitá-la.


Percebo, ao longo de minha experiência como professora de artes e inglês, que ser original é mais complexo, fazer algo novo requer muita habilidade do ser humano. Entretanto, podemos compilar, adaptar atividades e , a partir daí, sugerir alguma coisa realmente inovadora.

Aulas criativas tendem a ser mais interessantes tanto para o professor quanto para os alunos. Uma atividade bem planejada, podendo ser baseada em um jogo, uma canção ou um filme, pode acrescentar um "tempero especial" à sua aula e assim motivar alunos a prosseguir em seus estudos com entusiasmo e dedicação. Problemas que possam surgir durante o curso são apenas motivos para usar novamente o pensamento criativo para que soluções sejam encontradas.
computer people : Group of young people studying online with computers

Costumo usar muito a internet como instrumento facilitador na resolução de algumas dificuldades que possam aparecer durante as aulas. Envio mensagens aos alunos através de emails que podem ser desde pensamentos positivos até exercícios ou estímulos para aprimorarem algo que não ficou bem assimilado em aula. Este contato mais personalizado com alunos através de emails tem sido muito interessante e com bons resultados. Outras ideias começaram a surgir a partir desta interação e a produção de meus alunos tem melhorado significativamente.

O que tenho proposto em meu trabalho como professora-consultora não é a preocupação em ser "diferente"
simplesmente, e sim a de poder refletir sobre o que tem sido feito em cursos para que possamos observar atentamente nossos alunos e proporcionar momentos prazerosos em aulas através de nossa capacidade criadora.

Acredito que quanto mais usarmos nossa criatividade em nosso trabalho, maior será a participação e interação entre professores, alunos, coordenadores e assim poderemos dar a nossa contribuição para que o ensino de idiomas seja cada vez mais bem sucedido e significativo.

Boa aula!



Um grande abraço,
Maria de Fátima
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