terça-feira, 25 de novembro de 2014

NARRANDO HISTÓRIAS NO ENSINO DE IDIOMAS

Como é gostoso ouvir histórias!... Desde pequenos, quando nossos pais e irmãos mais velhos contavam histórias, era como se entrássemos num mundo mágico, onde a nossa imaginação era estimulada a ponto de visualizar as situações narradas ou descritas.



"Histórias nos ajudam a criar sentido de nossas experiências e entender as de outros e suas heranças culturais".. Cecília Almeida Prado, Renata Rocha e Sonia Prado.

Neste artigo gostaria de compartilhar com vocês ideias que podem ser usadas como estímulos à conversação, dentro de um curso de idiomas.


Certa vez tive a oportunidade de compartilhar com um aluno uma visita que fiz ao Museu do Café em Santos. Indo ao Museu, que fica no centro da cidade, pude conhecer a Sala do Pregão da Bolsa do Café, onde podem ser observados lindos painéis do pintor da baixada Benedicto Calixto, assim como saborear um delicioso café na cafeteria do próprio museu. O movimento de pessoas entrando e saindo do edifício era razoavelmente intenso, onde olhares curiosos de turistas procuravam nos objetos históricos e lembrancinhas, algum resquício que pudesse contar como as pessoas prosperaram no passado a partir de um produto que parecia tão simples de ser obtido: o café.

É impressionante constatar como o café conseguiu movimentar a economia do país, fazendo com que fosse criada a ferrovia para agilizar o transporte do produto e atrair vários imigrantes que começaram a trabalhar nas plantações e construir suas vidas num país incrível como o Brasil!

Observando as ferramentas que eram utilizadas na época para a colheita, preparo e empacotamento do produto final, podemos refletir como o cuidado com os detalhes e o trabalho praticamente manual de nossos ancestrais influenciavam o estilo e ritmo de vida.

Vivenciando a era da alta tecnologia, fica difícil imaginar como as pessoas trabalhavam naquela época, com uma paciência "oriental", onde todas as etapas eram minuciosamente cuidadas, para que em equipe o trabalho fosse feito com muita dedicação e determinação.

Após compartilhar minhas percepções com o meu aluno, ele ficou muito entusiasmado pela história e resolveu procurar mais informações no site do Museu do Café. Usando a internet em aula, pudemos juntos obter mais dados sobre o local, e apesar dos textos serem escritos em português, fizemos uma tradução simultânea em inglês e em voz alta. Foi muito gratificante observar o olhar vivo de meu aluno confirmando as informações e conferindo as fotos que o fizeram relembrar seus antepassados quando vieram para o Brasil produzir café no interior do Paraná.

Meu aluno, então, relatou o processo da colheita que era feito manualmente, onde cada trabalhador "puxava" os grãos dos galhos com as próprias mãos, sem luvas, e deixando-os cair num pedaço de pano no chão. Então, usava-se uma peneira jogando os grãos  separados das folhas,  atividade retratada em fotos no Museu. Observou e relembrou que as mãos dos trabalhadores viviam cheias de ferimentos, pelo trabalho contínuo, repetitivo e sem proteção.

Trabalho bem diferente do que ele exercia como gerente, onde o computador tornou-se uma ferramenta essencial.

Como você, caro (a) professor (a) de idiomas pode observar, é possível tornar uma aula interessante e espontânea quando se compartilha uma experiência positiva, usando sua percepção e criatividade para envolver seu aluno.

E você, caro(a) professor(a) , gostaria de compartilhar alguma história?

Boa aula!!

Um grande abraço,
Maria de Fátima
assistência pedagógica ao ensino de idiomas
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Contato : marifa2006@terra.com.br

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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

MÚSICA E CANÇÕES NO ENSINO DE IDIOMAS

Por que será que a música nos envolve tanto? Ela pode trazer boas recordações, agitar ou acalmar o ambiente. Cada um pode ter suas preferências musicais, mas com certeza uma boa canção pode ser marcante em certos momentos ou situações.
Usar músicas em aulas de idiomas é realmente prazeroso, descontraído e envolvente. Mesmo que os alunos não conheçam a melodia, acabam participando da atividade proposta, aprendendo algo que poderá até ser inesquecível.
Como aquecimento, por exemplo, elaborei um exercício para alunos que estavam aprendendo o vocabulário referente aos países e nacionalidades baseando-me no CD da revista Recreio Especial- Crianças do Mundo- Editora Abril. www.musicsense.org/album863526-Recreio-Especial-Crianças-do-mundo.htm

Primeiramente, os alunos deveriam escutar e associar os trechos das músicas com os países de origem:

Músicas:
1) Alecrim
2) Sansa Kroma
3) La Bella Polenta
4) Kazoe Uta
5) La Cucaracha
6) Frére Jacques
7) Itsy Bitsy Spider
8) Nhanerãmoi ´I Karai Poty

Países:

(   ) África do Sul
(   ) México
(   ) Estados Unidos
(   ) Portugal
(   ) Brasil
(   ) França
(   ) Japão
(   ) Itália

Após conferir as respostas (2, 5, 7, 1, 8, 6, 4, 3) produziriam frases como "A música ´Alecrim´ é de Portugal;  é portuguesa"; "A música ´La Bella Polenta´é da Itália; é italiana"...
O exercício poderia até ter sido feito sem as músicas, onde os alunos teriam que adivinhar, observando o nome da canção somente. No entanto, ao tocar o CD, parece que o ambiente muda, ficando mais alegre e menos tenso, Alunos tendem a prestar mais atenção quando existe algum recurso que os cative.

Uma outra maneira de explorar sons e música em sala de aula de idiomas, seria o de gerar uma discussão para níveis mais adiantados, baseando-se em tópicos, como por exemplo: "O trânsito em cidades grandes"; "O mercado de trabalho para recém-formados", "Mulheres que trabalham fora e dentro de casa", etc... e colocar uma música instrumental de fundo, para "acalmar" o ambiente.


Parece que falando sobre estes tópicos ao som de uma música instrumental torna a sala de aula tão agradável que alunos se sentem "mais inspirados" ou "concentrados" em suas opiniões.
Seria possível também escolher uma outra música instrumental como "A day to be remembered" e pedir para que alunos façam imagens figurativas ou abstratas baseando-se nela, em grandes folhas de papel colocadas na parede. Após a execução do desenho, poderiam, então, falar sobre o que produziram. É interessante observar como alunos demonstram uma desenvoltura maior na fala quando são estimulados pela música e desenho. As ideias fluem de uma maneira bem natural e espontânea.

O professor poderia também em certos momentos do curso dar instruções de relaxamento, como por exemplo "feche os olhos, imagine que esteja em um lugar bem bonito como uma praia...visualize a paisagem, sinta o calor do sol...etc" ao som de uma música instrumental.

Alunos estariam praticando a compreensão auditiva com frases no imperativo e ao mesmo tempo se sentiriam relaxados.


A exploração de sons também pode tornar a prática do idioma interessante. A partir de uma coletânea de diversos efeitos sonoros, alunos poderiam mencionar o que eles representam e estariam usando o idioma para descrever algo determinado por eles.

Mesmo que o professor não utilize os sons do youtube, poderia com a ajuda dos alunos, gravar certos sons e pedir para outros alunos adivinharem o que eles representam.

Muitas vezes, pude observar professores que ficavam um pouco inseguros ou perdidos ao escolher uma música para determinado grupo ou aluno.
Primeiramente, seria interessante explorar canções de acordo com o nível linguístico do aluno. Para o nível básico em inglês a música "Hello, goodbye" dos Beatles, por exemplo, traz uma letra tão simples de entender que os alunos se sentem entusiasmados ao escutá-la. Tornando-a mais interessante, o professor pediria para os alunos se levantarem cada vez que escutassem palavras chaves como; "Yes/ No/ Hello/ Goodbye/ High/ Low...


Considerando o nível intermediário, a música "Tom´s diner" de Suzanne Vega descreve o que as pessoas estão fazendo num restaurante. É divertido praticar o gerúndio pedindo aos alunos para retratarem o que é descrito pela canção através de mímicas.

Alunos que estão num nível mais adiantado poderiam imaginar a letra de uma música como "I will survive" de Gloria Gaynor tentando criar frases baseadas no título da canção. Após esta atividade, poderiam comparar as letras e então pesquisar informações sobre a cantora, na internet.
O aluno, por sua vez, pode trazer também suas contribuições, pesquisando letras de suas músicas favoritas e entendendo as estruturas e vocabulário nelas utilizado.
Como é impossível agradar a todos, o professor pode em certos momentos escolher músicas de acordo com o que está sendo ensinado em aula, e outras vezes deixar que os alunos escolham as canções.

Espero que as sugestões acima possam inspirá-lo (la) cada vez mais!

Boa aula!!

Um grande abraço,
Maria de Fátima
assistência pedagógica ao ensino de idiomas
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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

LEITURA COM PRAZER NO ENSINO DE IDIOMAS LEITURA COM PRAZER NO ENSINO DE IDIOMAS

Como você, caro profissional de idiomas completaria estas frases...

"Gosto de ler quando..................

"Não gosto de ler quando.......................

Observando alunos e professores durante meus anos de experiência profissional, pude notar que a maioria gosta de ler quando não se tem uma "obrigação direta", ou seja, quando podemos optar pela leitura, estimulados pela nossa curiosidade natural. No entanto, quando somos "forçados" a ler para acompanharmos um curso, por exemplo, podemos ficar desmotivados quanto à leitura.

Lembro-me de estudantes universitários que ficavam bem estressados só de pensar nas leituras impostas que deveriam fazer. Apesar de apreciarem o assunto, sentiam-se esgotados ao precisar ler algo que não era de suas escolhas.

Até o professor pode sentir-se desmotivado ao ler algo que não o interesse, como por exemplo, um livro recomendado pela coordenação da escola em que trabalha.

O que fazer neste caso? Como motivar um aluno a ler, se o próprio professor não aprecia o material?

Acredito que é possível "transformar" o material de forma positiva para que o professor se sinta motivado a passar aquele conteúdo para os alunos.

Certa vez, precisei adotar um livro para o ensino do inglês para uma turma de pré-adolescentes. Apesar da história não ter sido muito atraente aos alunos, consegui fazer com que lessem o livro, motivados por um projeto .
Ao final da leitura, elaborei um exercício de compreensão que seria usado como base para a letra de uma música. Usando um CD com a música em questão na versão de um karaokê, pudemos cantá-la usando informações obtidas no livro. Foi muito divertido e os alunos apreciaram a atividade.

Numa outra ocasião quando coordenava uma escola de idiomas, sugeri o livro "A Christmas Carol" de Charles Dickens para algumas turmas. No entanto, uma professora  não se entusiasmou pela história, e por isso não estava conseguindo estimular os alunos a lerem o conto. Naquela época não tinha experiência o suficiente para sugerir estratégias melhores que fizessem com que a professora se interessasse pela história. Somente recomendei que procurasse verificar aspectos no material que pudessem ajudá-la a apreciar o conteúdo e que era preciso se motivar primeiro para encorajar os alunos.

Hoje, refletindo melhor, posso perceber que filmes baseados em livros como aquele, podem servir como uma "isca" para leitores relutantes. Existem várias versões de filmes baseadas no conto "A Christmas Carol" que podem estimular professores ou alunos a lerem a história. Apesar de muitas vezes recomendar a leitura antes de apreciar um filme, tenho notado que o inverso também pode ser feito, no intuito de despertar o interesse pela história, e consequentemente pela sua leitura.

A motivação pela leitura se dá também por hábitos que adquirimos desde a infância.

a) Quando não sabia ler, gostava de ouvir histórias contadas por um membro da família?

b) Admirava alguém que lia em voz alta?

c) Admirava alguém que lia num 2o idioma?

d) Quando começou a ler, gostava de livros infantis?

e) Folheava livros de seus irmãos mais velhos?

f) Gostava de ler gibi?

g) Era forçado a ler bastante na escola?

Ao elaborar as questões acima, pensei em minha própria experiência. Adorava escutar minha irmã lendo histórias infantis para mim, quando ainda não sabia ler e ficava fascinada ao acompanhar as ilustrações. Admirava uma colega que lia muito bem em voz alta, quando estava na primeira série. Sonhava em ler daquela forma um dia. Achava uma maravilha tocar nos livros em inglês originais de minha irmã que já era fluente no idioma, e tinha em mente poder ler um  daqueles algum dia. Tinha uma coleção enorme de livros infantis e recebê-los em datas especiais era mesmo um grande presente. Na infância e pré-adolescência gostava muito de ler gibis, e encarava os livros que precisava ler para a escola como grandes desafios.

Atualmente aprecio leituras voltadas ao auto-conhecimento, reflexões e direcionados a estratégias de ensino.

Portanto, pude notar através destas lembranças que se você gosta de ler e aprecia o material, provavelmente irá motivar seus alunos a lerem também.

Como trabalhar a leitura no idioma estrangeiro? O que ler? Como ler?

A leitura em outro idioma pode ser estimulada desde os primeiros estágios. Desde o nível básico é possível trabalhar com folhetos no idioma em questão, por exemplo, onde alunos conseguem identificar informação específica dentro de um contexto prazeroso como o de uma viagem. Costumo colecionar estes folhetos quando viajo para o exterior, ou quando ganho de amigos ou alunos que estiveram fora do país. Nas aulas, alunos podem trocar informações quanto a horários, valores e atrações. Esta prática funciona como um grande estímulo para aprender um idioma estrangeiro, pois grande parte dos alunos sonha em viajar para o exterior, ou conhecer outras culturas.

Para o nível básico, pode-se ainda trabalhar com livros de leitura simplificados como "The Collector" (Editora Oxford), onde a história toda é contada no tempo presente. Ao dominar a estrutura, alunos costumam se entusiasmar mais pelo conteúdo, ampliando consequentemente o vocabulário.


Já adotei e conheci vários professores de inglês que adotaram "The Phantom of the Opera" versão para o nível elementar), e usei recursos que estimularam alunos a ler o livro introduzindo o musical de Andrew Lloyd Webber.

Às vezes, a leitura vem como uma atividade que seque alguma outra tarefa. Por exemplo, quando alunos meus assistiram ao musical "Fame" ( Fama), fizeram uma pesquisa na internet que envolveu a leitura sobre os personagens do filme.

Ao observar no material de curso algo sobre Nova York, pudemos buscar mais informações num livro sobre a cidade.

Desta forma, é interessante notar que dificilmente "escaparemos" da leitura. Existe muito material escrito em forma de folhetos, livros e artigos e é possível estimular alunos a usarem estes recursos de forma interessante e prazerosa.

Gostaria de finalizar este artigo com alguns pensamentos sobre o ato de ler, escritos por outros profissionais:

"Ler é conhecer lugares e pessoas novas sem precisar tirar o pijama." Ilana Kaplan (atriz)

"A paixão pelos livros é a paixão mais feliz que pode existir." Ruth Rocha (escritora)

"A felicidade não se aprende nos livros, mas pode brotar deles." Eduardo Gianetti ( economista).



Boa aula!!

Um grande abraço,
Maria de Fátima
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